terça-feira, 16 de junho de 2009

Mercosul: Juventude preocupada pelo futuro profissional

16/06/2009 - 02h06
Por Natalia Ruiz Díaz, da IPS

Assunção, 16/96/2009 – A incerteza profissional centraliza a preocupação dos jovens do Mercado Comum do Sul (Mercosul), que têm um papel protagonista no desenvolvimento de seus países. Esta é a conclusão preliminar de um estudo que aborda a realidade da população juvenil do bloco. O escritório paraguaio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) apresentou na semana passada o Informe Regional de Desenvolvimento Humano (IRDH) do Mercosul, elaborado a partir de estudos específicos, entrevistas e pesquisas com jovens dos quatro membros plenos: Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.

“Qualquer problema a enfrentar e resolver em nossas sociedades tem de partir do reconhecimento do papel protagonista dos jovens no desenvolvimento”
, disse à IPS Fernando Calderón, coordenador do IRDH. Os dados que se depreende do informe indicam que no Mercosul vivem 63 milhões de jovens, 27% dos habitantes dessa sub-região. Este setor concentra mais de um terço da população economicamente ativa e suporta um desemprego urbano de 25%, quase duas vezes maior do que a media geral, de 13%. Pelo menos dois em cada cinco trabalham no setor informal da economia.

A questão trabalhista, dessa forma, coloca-se no centro das preocupações juvenis em todas as cidades examinadas (Rio de Janeiro, Assunção, Buenos Aires e Montevidéu). Marcos Peralta, paraguaio de 22 anos, cursa o último semestre de psicologia. Desde que começou a faculdade estabeleceu como meta encontrar trabalho relacionado com sua futura profissão, mas até agora isso foi impossível. Hoje continua ajudando seus pais na padaria que possuem e que lhe permite pagar os estudos. “Paralelamente às aulas, creio que não houve painel nem seminário do qual tenha deixado de participar. Mas agora me preocupa não encontrar um lugar para trabalhar que me agrade”, disse à IPS.

A Análise sugere a existência de uma tensão crescente entre a consciência do direito à educação, com um acesso cada vez maior as novas tecnologias da comunicação, e a incerteza sobre um futuro de inclusão plena no mercado de trabalho. “Ninguém tem segurança de ter emprego por mais instrução que tenha. Hoje em dia, o mercado profissional tende a ser incerto e as possibilidades de inserção são cada vez mais difíceis, segundo os níveis de educação e preparo”, disse Calderón. Os jovens se ligam cada vez mais às transformações da sociedade, pelo conhecimento das comunicações e da informação a uma velocidade crescentemente acelerada com relação aos adultos e aos idosos.

Segundo Calderón, o monopólio do poder que se dava em termos de idade, como do pai e da mãe sobre os filhos, ou dos professores sobre os alunos, tende a se romper, porque os jovens aprendem cada vez mais. A grande maioria da população juvenil da região está alfabetizada e completou o ensino primário. Dependendo do país, entre 40% e 60% se conectam à Internet mais de uma vez por semana. Outro aspecto que esteve sob a lupa dos pesquisadores foi o olhar juvenil sobre a política. Por um lado, constatou-se um protagonismo crescente deste setor no plano político, e, por outro, a desconfiança em relação às instituições tradicionais.

Em média, mais de 80% do total de entrevistados desconfiam do governo, dos partidos políticos, dos sindicatos, da polícia e da justiça. Por outro lado, a maior confiança repousa em instituições não políticas, como centros educacionais, meios de comunicação organizações não-governamental e igrejas. Os jovens que não vêm nos partidos formas atraentes de atividade política, mostram-se dispostos à ação solidária e voluntária em suas comunidades. “Esta capacidade de ação dos jovens passa por sua capacidade de transformar necessidades em metas, e estão nessa direção. Se não se atender esse problema, o horizonte é de conflito, caos e atraso no desenvolvimento”, disse Calderón.

Uma das recomendações que o informe pode fornecer – acrescentou – seria a necessidade de fortalecer em todo sentido a ação do Estado, em função e com participação da juventude. A vice-ministra da Juventude do Paraguai, Karina Rodríguez, destacou que neste país nunca houve um investimento suficiente para o diagnostico da situação da juventude, por isso, muitas vezes as medidas implementadas como políticas públicas estão dirigidas às urgências e necessidades imediatas. “Este estudo nos dá um parâmetro científico para transcender as urgências”, concluiu.

Os trabalhos para o estudo começaram em 2008 e ainda não há data certa para sua publicação. No momento estão sendo feitas entrevistas com aproximadamente 600 lideres juvenis. Calderón disse que a obtenção de novos dados consumirá mais um ano. A evolução do Índice de Desenvolvimento Humano aumentou consideravelmente na América Latina, em geral, entre 1980 e 2006. Do conjunto da região, o país que mais rapidamente evoluiu é o Brasil. O IDH é um indicador social obtido através da combinação de dados estatísticos nacionais referentes a expectativa de vida ao nascer, alfabetização e matrícula nos três níveis de ensino, e produto interno bruto por pessoa.

Mas, apesar dessa evolução, a região enfrenta fortes problemas estruturais de desigualdade, pobreza e crise na vida cotidiana dos jovens. O informe preliminar diz que entre 1990 e 2002 a proporção de jovens pobres passou de 43% para 41%, enquanto na população total a pobreza caiu de 48% para 44%. A taxa de assassinatos juvenis duplica a da população total dos quatro países, e os suicídios de jovens são 23% maiores do que a média geral. Um jovem latino-americano tem probabilidade 30% maior de ser assassinado do que um europeu. IPS/Envolverde

Retirado do site: Envolverde/IPS

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Toque de recolher começa a ser discutido na região



15/06/09

Devido ao aumento no número de jovens menores de 18 anos envolvidos com a criminalidade, cidades do interior do Estado de São Paulo têm adotado o toque de recolher. Na região de Rio Claro, a primeira cidade a discutir o tema é Cordeirópolis que pretende implantar a medida ainda este ano. O projeto de lei de autoria do vereador Sérgio Balthazar (PT) deverá ser protocolado nas próximas semanas na Câmara Municipal daquele município.

Os municípios que já aderiram à medida argumentam que "assim o jovem fica longe das drogas e do álcool", fatores que o impulsionam à prática de atos criminosos. De acordo com o delegado da Polícia Civil, Rômulo Gobbi, o toque de recolher "é interessante em cidades geograficamente pequenas".

"A fiscalização surte mais efeito em áreas menores. Em cidades como Santa Bárbara já não teria o mesmo efeito, porque é uma cidade maior e a fiscalização não seria o suficiente. O que precisa mesmo é investimento no esporte e em áreas de lazer, teríamos resultados mais satisfatórios assim", conclui.

Aumenta o número de jovens envolvidos com a criminalidade


15/06/09

O envolvimento de adolescentes no mundo do crime tem acontecido cada vez mais cedo e com mais freqüência. A morte da menina Gabriela Nunes de Araújo de 8 anos na cidade de Rio Claro chocou o país, tanto pelo local do crime (um condomínio de luxo) quanto pela crueldade do autor do disparo, um garoto de 17 anos que atirou na cabeça da menina ao escutar o alarme da casa. O jovem, detido no último sábado, invadiu o condomínio com outro rapaz de 18 anos, este ainda foragido, para assaltar a residência.

O número de jovens infratores tem sofrido aumento considerável nos últimos anos, inclusive em Santa Bárbara d'Oeste. Há 15 anos no cargo de delegado da Polícia Civil, Rômulo Gobbi relata que, no intervalo de dez anos, o índice de menores de idade na criminalidade espanta: "Eram detidos de dois a três por ano. Lembro-me que tivemos de construir uma cela especial na cadeia para os menores, mas isso em 1994, antes disso, não tínhamos adolescentes detidos. Hoje em dia, posso dizer que Santa Bárbara prende mais adolescentes que muitas outras cidades do país".

O número de registros de infrações cometidas por jovem no período de janeiro a abril deste ano, já ultrapassa o total de infrações registradas em 2008. Este ano, foram registradas na Vara da Infância e Juventude do Fórum Municipal 273 infrações atribuídas aos menores de idade contra 244 registradas em todo o ano passado. Quanto às internações na Fundação CASA (antiga Febem), os índices se invertem: em 2008, 31 jovens foram recolhidos à instituição, este ano foram 5. Atualmente, outros 102 menores cumprem medida sócio-educativa: 67 deles são assistidos em liberdade pela justiça e outros 35 prestam serviços à comunidade.

Gobbi defende ainda a revisão das políticas voltadas aos jovens, em especial a que diz respeito ao tempo da medida sócio-educativa que é de 6 meses a 3 anos. Caso detido próximo a completar 18 anos, o adolescente permanece na Fundação CASA até cumprir a duração da medida conforme determinação da justiça, mas não ultrapassando a idade limite (21 anos). "Vimos o caso desse rapaz que matou a criança. É um crime hediondo, mas ele não vai ficar muito tempo recolhido. A idade máxima para ele ficar na CASA é de 21 anos, depois ele está livre, só que para a vítima não tem mais volta".

Falta diálogo

Pesquisas apontam que as drogas e o álcool são as principais alavancas do adolescente para o ato criminoso. "Ele vai buscar meios para sustentar seu vício. Em Santa Bárbara, já tivemos casos de jovens que recebiam droga de graça e, quando ficaram viciados, o traficante passou a cobrar pela droga ou usá-los para cometer os crimes", revela a presidente do Conselho Tutelar de Santa Bárbara d´Oeste, Maria Aparecida Sobrinho Xavier. "E se tiverem feito o uso de droga antes do ato, tendem a ser mais agressivos também", completa.

Outro ponto emerge do assunto: afinal, o que leva um jovem a se envolver com as drogas. Os motivos mais apontados pelos profissionais foram: curiosidade e falta de estrutura familiar. Muitos desses jovens são filhos de pais separados, segundo eles. "Na maioria das vezes existe um confronto em casa e a droga serve de escape para ele, ou até mesmo uma forma de agredir os pais, porque ninguém quer ver o filho numa situação dessas. Por isso é importante manter o diálogo com ele desde pequeno", frisa a presidente do Conselho Tutelar.

Nos casos em que o adolescente já esteja fazendo uso das drogas, Maria Aparecida alerta os pais para que procurarem pelo Conselho Tutelar e seja realizado o trabalho de recuperação do jovem, com acompanhamento psicológico e a inclusão em projetos que ocupem o tempo ocioso. "Os pais devem ser o suporte desse filho. Existem pais que são chamados na polícia, mas não vão, eles lavam as mãos. Essa postura é errada, porque se não forem o suporte, o que será desse jovem?", ressalta.

Falta mais investimento

Para o delegado da Polícia Civil, falta investimento municipal, estadual e federal às causas que dizem respeito aos jovens. A nível municipal, Gobbi reivindica a construção de quadras poliesportivas, áreas verdes e a criação de um programa de esportes que envolva os jovens de cada bairro. "O esporte colabora na educação e assim a criança, o jovem não fica tão à mercê das drogas, porque aí ele estaria comprometendo o desempenho do time dele e a realização de outras atividades".

A nível estadual e federal, o delegado desabafa: "O poder público gasta mais dinheiro em carnaval do que com abrigos para criança. Esse descaso só faz crescer a produção de bandidos e o número de cadeias no país. Só no Estado de São Paulo, serão construídas mais 43 penitenciárias porque as que existem não estão mais dando conta".

O secretário da Seme (Secretaria Municipal de Esportes) confirma a existência de grupos esportivos voltados às crianças de 7 a 14 anos, o "Crescendo no Esporte", em diversos bairros barbarenses e a recém criação da escola de futebol no CSU (Centro Social Urbano) destinada aos jovens de 14 a 20 anos. "Tínhamos uma carência muito grande em atividades voltadas para esses jovens. Este ano conseguimos implantar a escolinha e a idéia é estender o projeto para outras modalidades". A inscrição para a escola pode ser feita de terça a quinta-feira à tarde no CSU ou de segunda a sexta-feira, na Seme.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Políticas Públicas de Juventudes


Acesso liberado para todos os que querem uma cópia do arquivo das Políticas Públicas de Juventudes definidas na Conferência Municipal de Juventude em Janeiro de 2008.

http://www.4shared.com/file/109411963/88c930f0/Relatorio_da_CMJ_-_revisado.html

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Parque da Juventude busca parceiros para promover novos eventos em 2009


O Parque Estadual da Juventude nasceu depois da demolição da famosa Casa de Detenção do Carandiru, mudando a paisagem do bairro de Santana, ao criar um espaço aberto que conta com três grandes áreas: uma com caráter esportivo e recreativo, outra com árvores, bosques e jardins e ainda outra, que fornece estrutura para programas educacionais e culturais.

E para começar bem o ano, o Parque da Juventude busca parceiros para promover o novo quadro de eventos para 2009.

Se você faz parte de algum grupo, se conhece membro de alguma organização ou instituição que promova atividades culturais, esportivas, de lazer, de saúde, de caráter social ou artísticas (música, teatro, pintura, cinema, dentre outras), entre em contato com o Parque da Juventude!

Interessou? Agora é só mandar um email para parquedajuventude@hotmail.com ou ppavan@sp.gov.br ou se preferir, entrar em contato pelo telefone 2251-2706 e falar com Paulo Pavan.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Estado de São Paulo mapeia atividades de arte e cultura dos jovens

Você tem ou conhece algum grupo que desenvolve atividades de arte e cultura envolvendo jovens?

Então, fique ligado: nos próximos 4 meses (de maio a agosto) uma equipe de dezesseis jovens pesquisadores vão mapear, em todo o Estado de São Paulo, iniciativas de arte e cultura implementadas por ou para jovens paulistas!

As experiências serão enviadas para um banco de dados que ficará disponível no Portal da Juventude Paulista ( www.juventude.sp.gov.br ) e, agregado às informações de outros estados, no www.juventudearte.org.br !

Caso queira receber o questionário para inserir sua iniciativa no banco de dados da pesquisa, escreva para juventudearte@juventudearte.org.br

Acesse nosso Portal e saiba mais!

www.juventude.sp.gov.br
Coordenadoria Estadual de Programas para a Juventude
Secretaria de Relações Institucionais

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Firmado pacto de políticas para jovens



Nove representantes de prefeituras da região (sete prefeitos, entre eles Mário Heins de Santa Bárbara e dois vices) assinaram ontem o Pacto pela Juventude, no 1º Seminário Municipal de Políticas Públicas da Juventude, realizado em Campinas. O documento é uma proposição do Conselho Nacional da Juventude aos governos federal, estaduais e municipais e aos candidatos a cargos públicos para que se comprometam com o atendimento às necessidades de um grupo que hoje é composto por aproximadamente 50,5 milhões de pessoas com idade entre 15 e 29 anos, de acordo com dados da União.

Ao menos 300 pessoas participaram do encontro, cujo objetivo foi buscar com os dirigentes municipais o compromisso de investimento em programas educacionais e sociais, a criação de órgãos que represente os jovens e a busca pela garantia de sua representatividade legítima.

De acordo com o secretário-adjunto da Secretaria Nacional de Juventude, vinculada à Secretaria-Geral da Presidência da República, Danilo Moreira, as principais necessidades são a aprovação de uma proposta de emenda à constituição (PEC) que garanta os direitos fundamentais do cidadão também a este grupo, medidas para combater o analfabetismo, ações de inclusão digital e capacitação profissional e projetos na área de cultura, lazer e esporte como ferramentas para inclusão social.

“Não queremos políticas pontuais, que sejam reféns de um governante. Queremos uma política de Estado, com disposições legais”, afirmou Moreira. “Não queremos trabalhar com a ideia de que, se o jovem não votar no Lula, por exemplo, os programas que estão aí vão acabar. Não. Queremos falar para o jovem buscar candidato que tenha propostas e conhecer o que ele está propondo e poder julgar o que é melhor”, disse o representante.

O presidente da União Estadual dos Estudantes (UEE) de São Paulo, Augusto Chagas, participou do encontro e reconheceu a disposição para o fortalecimento da juventude e o envolvimento dos governantes, mas apontou inoperância e falta de eficácia em muitas das medidas anunciadas, projetadas e até já adotadas por políticos. “Vejo uma postura muito de questões e raciocínios prontos, sem uma agenda coletiva, uma agenda do Estado brasileiro”, afirmou Chagas.